Foto: Emersom Fonseca |
Quarta feira
é o dia da reflexão que sempre é postada neste espaço todas as quartas feiras e, hoje trazemos um tema bastante pertinente que é um quadro tão dramático que
assola o Nordeste, em que no momento se assiste a uma luta quase que inglória
para se salvar o rebanho bovino dos efeitos da mais longa estiagem dos últimos
50 anos, e diante dessa situação faltando 428 dias o Governo começa a tirar do papel e a concretizar as promessas
para a realização da Copa do Mundo em 2014.
Estima-se que os
investimentos cheguem a R$ 40 bilhões, dos quais mais de R$ 10 bilhões na
construção e reformas de estádios. Não entendo quase nada de futebol e,
portanto, é uma opinião individual e não sou o dono da verdade, mas não teria sido
mais lógico e mais econômico para o País centralizar os jogos do mundial nos
principais centros econômicos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais?
Após a Copa, para
que servirá uma super Arena em Natal, que tem a previsão inicial de
investimento de R$ 350 milhões, sendo que R$ 250,5 milhões virão de financiamento
federal. Essa superestrutura sediará apenas quatro jogos da Copa e depois tornará
mais um elefante branco! Com tantas desigualdades, miseráveis convivendo com
ratos nas favelas, falta de empregos, de saúde, de segurança, de saneamento, de
moradia, de abastecimento de água e muitos brasileiros e potiguares mendigando
nas ruas, o Rio Grande do Norte e Brasil pode se dar ao luxo de se curvar a
pressões políticas ou interesses?
Com essa
dinheirama investida em arenas do Nordeste, como Salvador, Fortaleza, Natal, Recife
o Governo certamente teria mais retorno em projetos capazes de aumentar a
capacidade hídrica do Nordeste levando água a milhares de povos Nordestinos que vem sendo penalizados há muito tempo.
Acho que fazer
Copa do Mundo é pra quem pode! Quem pode se dar a esse luxo e são os países
ricos do mundo civilizado. A luta no Brasil, infelizmente, tem que ser ainda
pela sobrevivência humana, pelo fim das disparidades sociais e injustiças.
Gostaria de saber
se justifica um investimento de R$ 250,5 milhões, só por parte do governo federal,
para erguer uma arena da Copa em Natal! Claro que não. Esta arena de Natal é
outro grande equívoco. Para sediar apenas quatro jogos mundiais, que não
incluem a apresentação da seleção brasileira, não teria sido mais lógico
ampliar e modernizar o machadão?
Esse excesso de
gastos públicos é uma repetição, sem nenhuma dúvida, dos Jogos Pan-americanos
de 2007, inicialmente previstos em R$ 500 milhões, tendo custado ao seu final
R$ 4 bilhões.
O mais incrível
disso tudo é que, para o País não passar vexame na Copa, não há limite de
gastos, enquanto a seca vai deixando um rastro de destruição como um tsunami,
atingindo o sertanejo e especialmente os animais, a falta de água em algumas
regiões e o sertanejo cada vez, mas sofrido. Coisas do nosso Brasil…
Da redação
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