Em recente relatório publicado pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de um total
de 774 milhões de adultos Analfabetos no mundo, 72% deles estão concentrados em
dez países e nessa lista está o Brasil, em 8º lugar.
Não surpreende que a Índia lidere o ranking, com
um total de 287 milhões de Analfabetos, seguido de China e Paquistão. No
entanto, a taxa de Analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais, consideradas
adultas, foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de Analfabetos
no Brasil.
Os números são surpreendentes. Porém, a crise na
aprendizagem não é só no Brasil, mas um problema global. Em 2000, 164 países
assumiram o compromisso de atingir seis metas para melhorar a Educação até o
final de 2015 e desde então são monitorados pela Organização das Nações Unidas
(ONU). Entre as metas estão expandir o atendimento Escolar na primeira
infância, universalizar o Ensino primário, ampliar as oportunidades de estudo
da população adulta, reduzir o Analfabetismo em 50%, alcançar a igualdade de
gênero e melhorar a qualidade da Educação.
De fato, as taxas de Analfabetismo têm caído
entre a população mais jovem, mesmo que não nas estimativas esperadas. Mas, o
grande número de Analfabetos no mundo se concentra entre idosos, principalmente
em municípios pequenos, que na maior parte estão no interior dos estados. As
metas propostas pela ONU dificilmente serão cumpridas em sua totalidade, visto
que, se falarmos apenas no Analfabetismo, na última década, o número de adultos
Analfabetos caiu apenas 1%.
O relatório vai mais além ao destacar que 250
milhões de crianças de todo o mundo não estão aprendendo o básico na Escola e
afirmando que 10% do que é investido em Educação primária são desperdiçados em
um Ensino de baixa qualidade, formando o que conhecemos como Analfabetos
funcionais – aqueles jovens e adultos incapazes de ler uma única frase.
Se falarmos da Educação no Brasil e dos desafios
propostos, conseguimos melhorar no primeiro aspecto, ampliando o atendimento em
Creches e Pré-Escolas; e no segundo, que prevê matricular todas as crianças no
Ensino fundamental. No entanto, as condições de acesso à Educação não são
igualitárias e a ampliação do número de estudantes na Educação primária ainda
não significa a universalização do acesso aos conhecimentos básicos.
A Educação no país apresenta dois pontos
positivos: conseguimos atingir 94,4% da população de 7 a 14 anos matriculados
no Ensino fundamental e temos conseguido reduzir as distorções série-idade, já
que a proporção de jovens na idade para o Ensino médio é mais do que o dobro da
que tínhamos em 1995. Além disso, o país aumentou o acesso ao Ensino superior
através de diversos programas. No entanto, falta muito. E o principal, falta ao
governo compreender que a Educação é a chave para nos tornamos um país exemplar
em todos os aspectos.
http://www.diariodepernambuco.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário