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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

BRASIL E OS ANALFABETOS



Em recente relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de um total de 774 milhões de adultos Analfabetos no mundo, 72% deles estão concentrados em dez países e nessa lista está o Brasil, em 8º lugar.

Não surpreende que a Índia lidere o ranking, com um total de 287 milhões de Analfabetos, seguido de China e Paquistão. No entanto, a taxa de Analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais, consideradas adultas, foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de Analfabetos no Brasil.

Os números são surpreendentes. Porém, a crise na aprendizagem não é só no Brasil, mas um problema global. Em 2000, 164 países assumiram o compromisso de atingir seis metas para melhorar a Educação até o final de 2015 e desde então são monitorados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre as metas estão expandir o atendimento Escolar na primeira infância, universalizar o Ensino primário, ampliar as oportunidades de estudo da população adulta, reduzir o Analfabetismo em 50%, alcançar a igualdade de gênero e melhorar a qualidade da Educação.

De fato, as taxas de Analfabetismo têm caído entre a população mais jovem, mesmo que não nas estimativas esperadas. Mas, o grande número de Analfabetos no mundo se concentra entre idosos, principalmente em municípios pequenos, que na maior parte estão no interior dos estados. As metas propostas pela ONU dificilmente serão cumpridas em sua totalidade, visto que, se falarmos apenas no Analfabetismo, na última década, o número de adultos Analfabetos caiu apenas 1%.

O relatório vai mais além ao destacar que 250 milhões de crianças de todo o mundo não estão aprendendo o básico na Escola e afirmando que 10% do que é investido em Educação primária são desperdiçados em um Ensino de baixa qualidade, formando o que conhecemos como Analfabetos funcionais – aqueles jovens e adultos incapazes de ler uma única frase.

Se falarmos da Educação no Brasil e dos desafios propostos, conseguimos melhorar no primeiro aspecto, ampliando o atendimento em Creches e Pré-Escolas; e no segundo, que prevê matricular todas as crianças no Ensino fundamental. No entanto, as condições de acesso à Educação não são igualitárias e a ampliação do número de estudantes na Educação primária ainda não significa a universalização do acesso aos conhecimentos básicos.

A Educação no país apresenta dois pontos positivos: conseguimos atingir 94,4% da população de 7 a 14 anos matriculados no Ensino fundamental e temos conseguido reduzir as distorções série-idade, já que a proporção de jovens na idade para o Ensino médio é mais do que o dobro da que tínhamos em 1995. Além disso, o país aumentou o acesso ao Ensino superior através de diversos programas. No entanto, falta muito. E o principal, falta ao governo compreender que a Educação é a chave para nos tornamos um país exemplar em todos os aspectos.

http://www.diariodepernambuco.com.br/

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