Aumentou o número de alunos, com idade entre 15 e 17 anos, matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Enquanto isso houve redução do número de estudantes matriculados nas outras faixas etárias. É o que aponta matéria publicada na Folha de São Paulo, no dia 9 de junho.
Segundo os dados apresentados, entre 2007 e 2013 houve uma crescente transferência de alunos dos últimos anos do ensino fundamental regular para a EJA. Em consequência disso, o percentual de jovens estudantes nessa faixa etária matriculados na Educação de Jovens e Adultos aumentou de 22,3% para 30%. O que pode evidenciar duas situações.
Por um lado, a transferência de alunos do ensino regular para a EJA reflete a dificuldade de as escolas manterem os adolescentes na série adequada à sua idade. Por outro, essa mudança "melhora" de forma artificial os indicadores estatísticos do ensino regular. Isso porque os alunos transferidos para a EJA deixam de ser contabilizados nos Censos Escolares como defasados na relação série-idade, reduzindo as taxas de atraso escolar. Ao mesmo tempo, deixam de participar das avaliações externas, em especial da Prova Brasil, que é aplicada no ensino fundamental público regular, e não é aplicada na EJA.
Segundo a matéria da Folha, especialistas na área entendem que a tendência de transferir alunos do ensino regular para a EJA pode ser uma iniciativa das escolas para melhorar seu Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Alerta
Para a Confederação Nacional de Municípios (CNM), esses dados demonstram a insuficiência dos indicadores de qualidade da educação hoje existentes no país. Além de mascarar a melhoria da qualidade, podem ainda gerar efeitos inversos em prejuízo da equidade no sistema de educação brasileiro. "Por razões como esta é que é inconcebível que os prefeitos venham a ser julgados pela evolução do Ideb da sua rede de escolas municipais, como propõe o projeto de Lei de Responsabilidade Educacional", alerta Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.
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