O Estado do Rio Grande do Norte conseguiu ultrapassar em 2013 a marca de
30% dos recursos da alimentação escolar usados para aquisição de
produtos da agricultura familiar. Foram 32%, segundo informações do
governo do Estado. A meta, porém, é chegar a 70%.
Para isso, o governo desenvolve, com apoio do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pesquisas para mapear a
aptidão agrícola dos solos da região e a oferta existente de produtos da
agricultura familiar. “Os agricultores não conhecem a lei. Estamos
tentando dar condições para que eles possam entregar para a alimentação
escolar”, conta a chefe de gabinete da Secretaria de Educação do Estado,
Yragaucy Araújo, referindo-se à Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. O
texto garante que, no mínimo, 30% dos repasses do FNDE sejam investidos
na aquisição de produtos da agricultura familiar
.
Hortaliças, frutas, carne de bode e de ovelha estão entre os produtos
entregues por agricultores familiares às escolas, segundo Maria Luíza de
Sousa Maia, uma das dez nutricionistas da Secretaria da Educação do
Estado. Segundo ela, a maior dificuldade para a ampliação das aquisições
da agricultura familiar é o enquadramento dos produtores nas exigências
sanitárias.
O foco na aquisição de produtos da agricultura familiar é parte de um
esforço do governo do Estado para melhorar a alimentação escolar
oferecida aos alunos da rede pública. Esse trabalho inclui a contratação
de nutricionistas e de estudantes de nutrição, que atuam diretamente
nas escolas, acompanhando o preparo das refeições e a aceitabilidade dos
cardápios.
Também foi elaborada uma cartilha de alimentação saudável e foram realizadas mais de 400 entrevistas com alunos, pais, professores, diretores e equipe pedagógica, para avaliar a prestação do serviço. Mais merendeiras foram contratadas e capacitadas. “Hoje, atuamos como preconiza o FNDE e melhoramos a segurança alimentar nas escolas”, avalia Maria Luíza.
De acordo com a responsável técnica pela alimentação escolar no estado,
Watsana Kleiba de Oliveira Franklin, a regionalização da gestão da
merenda também foi importante para garantir os avanços. “O Estado conta
hoje com oito diretorias regionais, oito polos, com pelo menos uma
nutricionista em cada um deles. Esta equipe orienta o trabalho e faz o
monitoramento”, conta.
A
equipe conseguiu, ainda, estabelecer cardápios para alunos com
necessidades específicas ou intolerâncias, de acordo com a nutricionista
Sankya Silva Saraiva.“Temos cardápios específicos para aqueles que têm
colesterol alto, diabetes, intolerância a glúten”, diz.
A diretora da escola Clara Camarão, em Natal, Rosângela Maria de Lima
Filgueira, é testemunha das melhorias registradas na alimentação escolar
no estado. “Com recursos repassados pelo Programa Dinheiro Direto na
Escola, adquirimos balcão térmico, louça de vidro, talheres em aço
inoxidável”, conta. “Agora, com as aquisições da agricultura familiar, a
alimentação ficou ainda mais saudável, mais nutritiva”, diz.
A escola tem 868 alunos do primeiro ao quinto ano, além da Educação de
Jovens e Adultos (EJA). “Os programas executados pelo FNDE melhoraram
consideravelmente as condições de ensino. Esta escola não tinha nada.
Hoje é uma das mais equipadas. Tudo o que o professor precisa ele tem.
Temos aparelhos multimídia, Datashow, todas as salas têm aparelho de
som, tudo com recursos do FNDE”, conta a diretora.
Fonte: Portal da Educação
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